
.... SABER COMER E SABER BEBER ............................... Bom serviço na restauração
Madeira
Introdução
O vinho da Madeira é dos vinhos generosos o de maior longevidade, visto que alguns vinhos atingem os 130 a 140 anos. Isto deve-se ao processo da sua vinificação.
A vindima faz-se nos fins de Agosto e princípios de Setembro, as uvas são transportadas em cestos (vindimos) com a capacidade para cerca de 70 kg de uvas; no lagar é feita a pisa das uvas e o mosto corre para dentro da tina, que tem um cesto a fazer de crivo para não deixar passar o engaço; chama-se a este processo o de “bica aberta”.
Fazem-se mais duas operações de extracção de líquido, limpeza e repisa. A primeira executa-se pela pressão (vara-fuso) ou pelo processo mecânico, a segunda como o nome indica, as uvas voltam a ser pisadas.
Da tina o mosto destinado ao vinho generoso é transferido par os recipientes, do exportador ou negociante, que são barris com a capacidade de 45 a 56 litros (que estão a substituir os tradicionais “Borrachos” que eram odres feitos de peles de cabra curtidas, voltadas do avesso, transportadas ás costas dos homens. Todo este trabalho é feito no lagar do produtor das uvas. Os barris são depois transportados para os armazéns do exportador onde sofrem várias operações: Trasfega, Alcoolização, Estufagem ou Envelhecimento, Arejamento, Clarificação e Afinação
Estas operações têm como objectivo de criar no vinho certas características químicas e organolépticas, que lhe dão as qualidades e o aroma (Bouquet), tão apreciados e distinguidos pelos apreciadores de todo o Mundo.
Trasfega
Serve para separar o vinho das borras ou fezes (Mãe), que são matérias em suspensão (microrganismos), tais como bolores, bactérias e cristais de bitartarato de potássio, que ajudam a clarificar e a higienizar o vinho. Normalmente os vinhos são trasfegados no primeiro ano na mudança de cada Estação ( 4 vezes por ano), auxiliando a formação do aroma e do envelhecimento.
Alcoolização
Tem a finalidade de fortalecer e torná-lo mais resistente ás variadas temperaturas, pela adição de aguardentes e também para a paralisação da fermentação alcoólica antes do desdobramento completo dos açucares e daí, o seu grau de doçura.
Estufagem
É feito em estufas aquecidas pelo sol, ou em estufas artificiais que chegam a atingir temperaturas na ordem dos 50°C. Têm a missão de envelhecer o vinho, como os veleiros que, antigamente, o transportavam até às Índias e às Antilhas.
Tem, também, a missão de o pasteurizar para destruir os germes nocivos do vinho. Daí a sua longevidade.
Arejamento
Esta técnica é aproveitada para destruir o tom avermelhado dos vinhos novos. A matéria corante das uvas é facilmente oxidável, tornando-se por insolúvel. Precipita-se pela multiplicação das leveduras que se torna muito intensa; a secreção da “alcoolase” é uma muito pequena e, portanto, pouca a quantidade de glucose desdobrada.
Clarificação
Serve para arrastar para o fundo dos recipientes todas as impurezas que estão em suspensão no vinho, dar-lhe cor, brilho e limpidez.
Conhecem-se dois sistemas de clarificação: química, por coagulação e física, por precipitação.
Afinação
Tem a finalidade para casa exportadora criar um vinho com as características próprias e sempre iguais a fim de que o público consuma sempre o vinho com o mesmo sabor, aroma, “bouquet”e graduação alcoólica.
São todas estas operações que lhe dão as suas características e longevidade superior a todos os vinhos generosos, tendo a finalidade de obter determinadas características que são depois enquadradas consoante as castas da uva donde deriva o mosto.
Tipos de Vinho da Madeira
Sercial- Seco- Forte macio e cor de âmbar.
Verdelho- Meio Seco- Forte e bastante aromático, cor de âmbar.
Boal- Meio Doce- Delicadamente macio e com fragante”Bouquet”, cor de âmbar.
Malvazia-Doce-Mrito macio e fragante”Bouquet” cor Topázio.
Tarrantez- Com características do Boal, mas em vias de extinção, cor Topázio. Este vinho é produzido ma ilha do mesmo nome e também na ilha de Porto Santo.